“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;” (João 11:25)
Jaimeson Tomaz Barreto
14/12/1978 à 08/01/2011
No dia 15 de novembro de 2010, às 19h, na rua das Pernambucanas, número 167, bairro das Graças, ouvíamos atônitos e tristes a notícia: É leucemia!
Naquele dia, lágrimas de medo vieram aos nossos olhos, nosso coração se atemorizou, fazia menos de um ano que nós havíamos perdido nossa prima Cristine, que foi ceifada aos seus 24 anos por este mesmo tipo de doença, e agora esta notícia nos trazia a memória a dor e a perda.
Agora um jovem forte saudável e atleta. Um servo do Senhor, uma pessoa que não media esforços para ajudar os outros, muito menos para mostrar a todos o amor que sentia pelo seu Salvador, Jesus Cristo. Este jovem, um dos poucos bateristas que conseguem tocar, cantar e ainda ministrar o louvor, um músico como poucos, ele estava deitado em uma cama recebendo da médica esta notícia.
Naquele dia ele olhou para a médica e lhe falou calmamente: “quando a gente está bem a gente precisa confiar em Deus e quando nós estamos doentes, também precisamos confiar em Deus”.
Nos dias que se seguiram seu quadro de saúde foi rapidamente se agravando, transferido para o hospital Santa Joana, onde foi logo encaminhado para a UTI, no dia 18 de novembro, a enfermeira tensamente nos informa: o quadro dele piorou, piorou muito, enquanto o removia na maca, com uma máscara de oxigênio para realizar nele uma tomografia.
Novamente o medo e a dor nos tomaram, seria Minho protagonista da mesma novela vivida por Cristine?
Neste período na UTI sua esposa descobre que estava grávida de 2 meses, e diz a ele, que ao saber quase pula da maca onde estava todo entubado.
Após intensa oração e comoção de várias igrejas, doações de sangue que chamaram a atenção da assistente do serviço social do HEMOPE, Deus ouviu a nossa oração, e de maneira muito especial a oração de sua esposa que orara: “Senhor me dá a chance de poder escutar o meu marido novamente Te louvando”.
Duas semanas depois o paciente Jaimerson Tomaz Barreto, carinhosamente conhecido por todos que conviveram com ele por Minho, saia da UTI e era transferido para um quarto da unidade de terapia semi-intensiva, onde a médica ao ver os resultados dos exames, animada explicava que seu estado de saúde estava melhorando a cada momento. Depois de mais de um mês ele voltaria para a UTI de onde não sairia mais.
A história de Minho terminou no dia 8 de janeiro de 2011, depois de ter falência renal, hepática respiratória e hemorragia no pulmão, ele veio a falecer.
Passei quase uma semana pensando sobre o que escrever. Escreveria sobre a vida de Minho que viveu de modo digno da vocação ao qual foi chamado? Escreveria sobre a dor de sua mãe e de sua esposa, mulheres a quem Deus tem sustentado de uma forma humanamente inconcebível?
Não tenho vontade sobre escrever nada.
Mas a palavra de Deus e o Seu grande amor tem me constrangido a escrever algo, a relatar nestas páginas de internet que talvez uma ou duas dezenas de pessoas apenas leiam que a vida deste servo de Deus não terminou, que ele assim como outros grandes homens de Deus, homens que a Bíblia diz: “dos quais o mundo não era digno”, a vida dele continua agora ao lado dAquele a quem ele mais amava, o Senhor Jesus. Minho encontrou agora a razão de todos os seus 32 anos e 23 dias de vida.
Deus deu a oportunidade a ele de durante mais de um mês fora da UTI, louvá-Lo, conforme sua esposa havia pedido, de buscar a Deus mais ainda, de testemunhar, de glorificar o precioso nome de Jesus. Durante este período Minho falou e ouviu de tantos, mas principalmente de sua mãe e esposa o quanto ele era amado. Ele teve a oportunidade que talvez nem e nem você que lê este texto agora tenhamos.
Minho passou desta vida para a vida eterna, ele se encontrou com os apóstolos Paulo e Pedro, se encontrou com Barnabé, com Davi, com Sansão, Abraão, Isaac e Jacó, com Jó, com Enoque, com Elias, Daniel e seus três amigos, com Eliseu, com Salomão, com Abel, com José, com Maria, com Rute, com Noé, com Jeremias, e ainda com Agostinho, com Matinho Lutero, com Calvino, com Jonathan Edwards, mas de todos os encontros o que mais lhe agradou foi o com o Senhor Jesus, o seu Rei. E pensando neste encontro, penso em Jesus o recebendo com um forte abraço, um beijo no rosto, e um passar de mãos pelos olhos que lhes enxugou toda a lágrima, lágrimas das quais ele já nem se lembra mais de porque as derramou.
Pensando nisto começo a ansiar por este momento também em que terei a morte na minha frente, ela debochando, me golpeia. Depois ela autoritária e soberba falará este é o seu fim. Mas eis que por cima dela, e de mim, Cristo Jesus, a humilhando, a ordena: afasta-te! Pois este é meu, e Jesus segurando a chave da vida em sua mão direita, a expulsa da minha presença. A morte vencida se retirará para nunca mais eu a ver, e eu irei e encontrarei a todos quantos Minho já encontrara, e a ele também encontrarei.
Para findar este texto, quero lhe dizer que há uma certeza em nossas vidas e esta certeza é de que enfrentaremos a morte um dia. Dou graças a Deus porque assim como Minho, tenho o passaporte para a vida eterna, Jesus, o meu salvador, mas e você?
Não perca tempo, entregue agora a sua vida a Jesus, reconheça-se total e plenamente carente de Sua graça, confie nEle como seu salvador, pois só através dEle, teremos a vida eterna.
Deus o abençoe!